sábado, 16 de agosto de 2008

Arqueólogos e musicólogos egípcios tenta recriar, com base em hieróglifos antigos, a música que era ouvida nos tempos dos faraós

Um grupo de arqueólogos e musicólogos egípcios tenta recriar, com base em hieróglifos antigos, a música que era ouvida nos tempos em que os faraós governavam o Egito. Apesar de existirem várias imagens de músicos e instrumentos e menções de canções registradas em pedras ou papiros, os antigos egípcios não deixaram indicações que dessem pistas sobre a notação das músicas. “A idéia é promover uma cooperação entre pesquisadores para tentar chegar ao som que era feito há milênios”, afirma Abdel Halim Nureldin, professor de arqueologia e ex-chefe do Conselho de Antiguidades do país, que coordena o projeto. “Eles vão usar como base os hieróglifos e os movimentos mostrados nas imagens. Arqueólogos vão interpretar os textos para musicistas para tentar chegar juntos a uma conclusão”, diz Nureldin. Cotidiano O projeto é de responsabilidade da Universidade de Helwan, no Cairo, que há três anos já tem um curso de música antiga, que busca mostrar como as canções eram parte cotidiana da vida egípcia. Alguns instrumentos se assemelhavam a harpas “Temos evidências de que havia música em todos os aspectos da vida egípcia, em todas as classes sociais”, afirma Nureldin. “Homens, mulheres e crianças podiam ser músicos. Existem vários registros de pessoas tocando com os olhos vendados para aprimorar a técnica.”

O arqueólogo afirma que existiam canções religiosas, nacionalistas, militares ou que retratavam situações do cotidiano. Elas eram tocadas em instrumentos de corda, sopro e percussão. “Produzimos alguns instrumentos, mas ainda não sabemos com toda certeza os sons que eles têm, se estão sendo tocados da mesma forma que eram há milênios”, diz Nureldin. “Acreditamos que as músicas tenham sido transmitidas por tradição oral, mas a ideía de que venhamos descobrir notações musicais não pode ser descartada." “Afinal foi esse povo que criou as primeiras letras e a escrita”, afirma o arqueólogo.



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